quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Nota de chamado para a mobilização do Diretório Acadêmico Freitas Neto - DAFN sobre a falta de professores do curso de Comunicação Social da UFAL


O curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas está passando por problemáticas em relação à falta de professores oriundos de outras unidades acadêmicas. Com mais de um mês do início do segundo semestre, os/as professores ainda não estão disponíveis. Fora outras dificuldades que o curso tem, agora os/as estudantes precisam levar mais essa adversidade.

O retrocesso estrutural é visível para qualquer estudante que queira se desprender da cegueira academicista e queira enxergar além das paredes da sala de aula. Mas há quem sinta as correntes que o prende e se movimente (tentando trazer um pouco de Rosa Luxemburgo), muitos estudantes não ousaram e nem ousam desfalecer, eles resistem. Mesmo com estrutura inadequada, sem laboratórios e equipamentos de qualidade, sem mais salas de aula, com falta de professores e a lista é imensa, os/as estudantes se esforçam para fazer com que sua passagem pela Universidade e pelo curso de Comunicação Social possa valer as duras penas diárias. Entram em grupo de pesquisa, de extensão, monitoram, produzem artigos e trabalhos acadêmicos premiados e reconhecidos.

Hoje o curso de Comunicação Social da UFAL possui 678 estudantes e 28 docentes, são 24 estudantes para um professor. Esse número de professores não é o suficiente para cobrir o quadro de disciplinas e eletivas, portanto o curso precisa entrar no sistema de oferta acadêmica e solicitar professores de outras unidades acadêmicas, é onde um dos problemas surge.

No período atual, 2014.2, os/as estudantes estão sofrendo com a falta de professores desde o início das aulas. As disciplinas? Português 1, português para a comunicação 1 e libras, francês instrumental, inglês instrumental, economia, sociologia da comunicação. Esse cenário implica em alguns problemas, por exemplo, geralmente quando os professores chegam “atrasados” para ofertar a disciplina, acabam passando por cima de assuntos e dando o conteúdo pela metade, colocando à disposição dos/as estudantes um conteúdo rasteiro e sem o aprofundamento que deveria ser inerente às disciplinas. E se o professor não aparecer? Então o boletim do estudante será afetado, seu coeficiente será afetado e ele/a ainda terá que repor a disciplina em outro momento, o que irá atrapalhar o andamento do seu ensino.

Na última quinta-feira (04.08), a pró-reitoria estudantil (Prograd) se reuniu com os coordenadores das unidades acadêmicas que estavam com dificuldades para a oferta das disciplinas em alguns cursos, inclusive o de Comunicação. O Diretório Acadêmico Freitas Neto - DAFN esteve presente nessa reunião.

O eixo principal foi tentar encontrar alternativas para se conseguir ofertar as disciplinas que estão sem professores na UFAL. E eles pensaram em alternativas: professores voluntários, participação de estágio docente, educação à distância - EAD, os próprios professores do Cos tentarem ofertar as disciplinas que estão com lacunas, português para a comunicação por exemplo. O que não voga, porque os professores não são formados em letras e nem possuem especialização nessa área.

Analisando essas alternativas com calma, encontramos aí problemáticas nem sempre visíveis. A todo o momento na reunião foi pensado a alternativa de educação à distância - Sistema EAD, submetendo a grandiosidade de uma graduação, com professores dentro da sala de aula fomentando conhecimento, discussões, acompanhamento exclusivo e intensificação das relações interpessoais - tão importante em nosso curso. Que fique claro para os/as estudantes: essa alternativa não apareceu somente para cobrir os danos que a falta de professores esteja causando agora, mas para, além disso, quem sabe um novo modelo de educação para as graduações. Será que é invenção da nossa cabeça dizer que estão querendo transformar o curso de Comunicação Social da UFAL em um curso técnico? Mais preocupante foi o momento em que a proposta de extinguir as disciplinas teóricas de português em substituição de uma disciplina de “redação técnica” surgiu, acreditamos que não existe a possibilidade de balançar a cabeça positivamente quando outrem deseja a implementação do tecnicismo em nossa formação, em vez de nos formamos também teoricamente, como agentes sociais e transformadores.

E essa despreocupação com a qualidade de formação dos/as estudantes surge de onde? A raiz aparece no próprio modelo de educação que temos no Brasil, a rede de ensino pública cambaleando, quase sem respirar, com fechamento e abandono de escolas; De outro lado, redes particulares em profunda ascensão, mas que não resolvem as deficiências da educação e ainda aumenta o nível de exclusão social. Nesse cenário, existem mecanismos de “pão e circo” promovidos pelo Governo Federal que tentam manobrar as deficiências que temos na educação. Se tratando da Universidade Pública, o Programa de Apoio a Planos de Estruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, implementado em 2007 na Universidade Federal de Alagoas, que tem o objetivo de expandir as redes de ensino públicas (seja com novas estruturas ou interiorização da oferta pública) e garantia da permanência de estudantes através de verbas destinadas pelo REUNI. A falsa ideia de que números significam qualidade.

O plano parece incrível, mas cadê as salas de aulas que integrem todos/as os estudantes do Cos? Cadê os laboratórios equipados? Cadê o laboratório de telejornalismo? Cadê a sala de multimeios? Cadê a rádio do curso? Afinal, cadê o novo bloco de Comunicação Social? E agora, cadê os professores?

São por essas razões que fazemos um chamado para todos/as os/as estudantes de Comunicação Social para nos mobilizarmos e cobrarmos o que é nosso por direito. Não podemos naturalizar a precarização do nosso curso e muito menos a falta de professores/as, o DAFN não pode caminhar sozinho, precisamos do apoio de todos e de todas para que possamos pensar em ações e estratégias de mobilização.

“O que nos é imposto, por nós será deposto”.


Diretório Acadêmico Freitas Neto - DAFN
Gestão: "Em frente: mais vale o que será!"
Curso de Comunicação Social com as habilitações de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas - UFAL



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