quarta-feira, 17 de julho de 2013

Nota sobre as eleições para o DCE – Quilombo dos Palmares

DIRETÓRIO ACADÊMICO FREITAS NETO
Nota sobre as eleições para o DCE – Quilombo dos Palmares

Nos dias 16 e 17 estão sendo realizadas as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) – Quilombo dos Palmares. E o DAFN, por meio dessa nota, pretende esclarecer alguns pontos e levantar questões sobre esse processo no Movimento Estudantil (ME) para os estudantes da universidade.
Mas, antes disso, deixar claro que não se trata de uma análise profunda do que está acontecendo. Contundo, traremos elementos para que os estudantes que não estão acompanhando o ME possam  visualizar  com mais clareza. Para que possam tirar suas conclusões acerca das eleições e de quem irá ficar a frente das diretorias dessa entidade no período 2013-2014.
O DAFN não irá apoiar nenhuma das chapas nessa eleição, que os/as estudantes possam analisar as propostas colocadas pelas chapas e decidir o que julgam mais acertado. Acreditamos que nosso papel é, além de expor simplesmente o que achamos das duas chapas, mostrar a importância do DCE como uma ferramenta de luta.


Não se deixe levar pela Chapa 1 – Correnteza “A Luta Não Para”
Nós, estudantes de Comunicação, temos conhecimento do que se trata o movimento Correnteza representado pela Chapa 1 “A Luta Não Para”. Até a História sabe de “cor e salteado”.  Mas se faz necessário refrescar a mente.  A Correnteza está à frente da gestão do DCE há três anos (2010 -2013) desrespeitando o Estatuto e vivendo de irregularidades, a gestão Correnteza usa do aparato para: respaldar a UNE, para fazer reuniões fechadas, para desarticular os CA’s e DA’s e os campi da universidade, para “arquivar” nossas lutas. Sabemos que ‘no papel’ o DCE da Ufal é rompido com a UNE¹, contudo a Correnteza utiliza do nosso aparato estudantil para conseguir ônibus para congressos e eventos da UNE. Até quando isso representa os interesses dos estudantes da Ufal?
A gestão Correnteza já foi gestão do DAFN, e nós estivemos bem próximos das práticas antidemocráticas da mesma. As reuniões fechadas e a falta de divulgação das relatorias, fez com que os estudantes não ficassem a par do que a entidade estudantil estava deliberando. Não havia transparência nos meios de comunicação, como não houve também no DCE.
A gestão Correnteza, que está se propondo como chapa 1 nas eleições do DCE, usufrui do aparato de luta estudantil para colocar interesses que se sobrepõem aos interesses da categoria estudantil
Os interesses dos estudantes colocados em segundo plano. Até quando? O DCE é um instrumento de luta para unificar as pautas dos estudantes de todos os cursos da universidade, não para segregá-las. Hoje, os Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos estão desarticulados no que condiz uma pauta conjunta. Os Conselhos de Entidades de Base (CEB’s), que são as reuniões de todos os Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos, deveriam ser realizados no mínimo de dois em dois meses, contudo, a Correnteza não cumpriu o que consta no Estatuto do DCE deixando de realizar nossos CEB’s.
Sem contar da relação amigável com a Reitoria: esperar de braços cruzados o R.U, a sede do DCE e promover atos atrás de atos simplesmente para sair nas fotografias dos jornais (sem pautar lutas concretas) e se perpetuar na direção do DCE.
A Correnteza significa um retrocesso à frente da entidade: desrespeito ao estatuto e, principalmente, aos interesses da categoria estudantil.


1.     A UNE é correia de transmissão do governo federal, não tem independência financeira. Respalda as políticas de privatização do governo para a Educação Pública.


E a Chapa 2, “Para Balançar o Chão da Praça”?
             A chapa 2  “Para Balançar o Chão da Praça” representada pela Anel, de oposição coloca pautas que julgamos importantes no Movimento Estudantil, como luta contra a privatização do SUS, 10% do PIB para a Educação Pública já, R.U para todos. Mas não visualizamos como natural apenas agitar bandeiras e nos empurrar propaganda da Anel/PSTU ‘goela abaixo’ que acabam se sobrepondo as propostas e bandeiras do próprio movimento estudantil. Tais problemáticas não devem ser colocadas como normais ou naturais nas nossas lutas.
Exemplo do que não se deve ser naturalizado. Em 2012, a Anel passou nas nossas salas com uma estudante de Comunicação Social para que a mesma fosse delegada na assembleia da própria Anel. O que nos deixou curiosos/as foi como surgiu isso? Estudantes do curso nem sequer sabiam que assembleia era essa, nem o que era ser delegado/a... Nós já íamos assinar um papel votando em uma delegada sem saber de nada. Nem mesmo a própria candidata à delegada sabia o que iria fazer, pois tinha conhecido a Anel alguns dias antes. No Movimento Estudantil temos consciência de que tiragem de delegados/as requer discussão com a base, e não apenas passagem em sala e pior, passagem em sala não para discutir com estudante mas para já votar numa possível delegada!
A Anel, nas passagens em sala diz que a chapa também está sendo construída por estudantes independentes, mas em seu panfleto vemos uma divulgação escancarada da Anel, do que exatamente dos problemas e propostas do movimento estudantil para a universidade: “Nós que construímos a Anel.”, “Nós da Anel”, imagem da Anel no verso do panfleto. Até que momento é uma construção também dos independentes?

Nós, do Diretório Acadêmico Freitas Neto (DAFN), pedimos desculpas por só agora lançarmos essa nota. Na verdade, essas eleições que deveriam ter acontecido de forma mais concreta e dialogando com os/as estudantes da universidade: tempo para promover debates, exposição de propostas, passagens em sala. Qual a situação dos outros campi? Houve debates? Você, estudante de Comunicação participou de algum debate com as chapas? Questione-se! Hoje, visualizamos esse processo de campanha das eleições muito deficitário. Contudo, pedimos aos estudantes que estejam nesse processo observando as eleições, e não naturalizando e achando normal o que está acontecendo no Movimento Estudantil. Nós estamos aqui para qualquer dúvida. Devido ao tempo, o texto fica limitado e pouco divulgado. Mas estamos conversando nos corredores e nas salas de aula com todos e todas. Acreditamos que nós, estudantes de Comunicação Social, devemos construir um projeto para o COS juntos/as aos professores e técnicos e mais Centros Acadêmicos da Ufal, mas também entender que os problemas não se restringem ao curso. Tais problemas são de uma amplitude que reflete desde o modo de sociedade excludente que temos hoje até chegar à Educação Pública.
                                                                                                                                                             
Diretório Acadêmico Freitas Neto




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