DIRETÓRIO ACADÊMICO FREITAS NETO
Nota sobre as eleições para o DCE – Quilombo dos Palmares
Nos dias 16 e 17 estão sendo realizadas as eleições para o Diretório
Central dos Estudantes (DCE) – Quilombo dos Palmares. E o DAFN, por meio dessa
nota, pretende esclarecer alguns pontos e levantar questões sobre esse processo
no Movimento Estudantil (ME) para os estudantes da universidade.
Mas, antes disso, deixar claro que não se trata de uma análise profunda
do que está acontecendo. Contundo, traremos elementos para que os estudantes que
não estão acompanhando o ME possam visualizar
com mais clareza. Para que possam tirar
suas conclusões acerca das eleições e de quem irá ficar a frente das diretorias
dessa entidade no período 2013-2014.
O DAFN não irá apoiar nenhuma das chapas nessa eleição, que os/as
estudantes possam analisar as propostas colocadas pelas chapas e decidir o que
julgam mais acertado. Acreditamos que nosso papel é, além de expor simplesmente
o que achamos das duas chapas, mostrar a importância do DCE como uma ferramenta
de luta.
Não se deixe levar pela Chapa 1 – Correnteza “A Luta Não Para”
Nós, estudantes de Comunicação, temos conhecimento do que se trata o
movimento Correnteza representado pela Chapa 1 “A Luta Não Para”. Até a
História sabe de “cor e salteado”. Mas se faz necessário refrescar a
mente. A Correnteza está à frente da gestão do DCE há três anos (2010
-2013) desrespeitando o Estatuto e vivendo de irregularidades, a gestão
Correnteza usa do aparato para: respaldar a UNE, para fazer reuniões fechadas,
para desarticular os CA’s e DA’s e os campi da universidade, para “arquivar”
nossas lutas. Sabemos que ‘no papel’ o DCE da Ufal é rompido com a UNE¹,
contudo a Correnteza utiliza do nosso aparato estudantil para conseguir ônibus
para congressos e eventos da UNE. Até quando isso representa os interesses dos
estudantes da Ufal?
A gestão
Correnteza já foi gestão do DAFN, e
nós estivemos bem próximos das práticas antidemocráticas da mesma. As reuniões
fechadas e a falta de divulgação das relatorias, fez com que os estudantes não
ficassem a par do que a entidade estudantil estava deliberando. Não havia
transparência nos meios de comunicação, como não houve também no DCE.
A gestão
Correnteza, que está se propondo como chapa 1 nas eleições do DCE, usufrui do
aparato de luta estudantil para colocar interesses que se sobrepõem aos
interesses da categoria estudantil
Os interesses dos estudantes colocados em segundo
plano. Até quando? O DCE é um instrumento de luta para unificar as pautas dos estudantes de
todos os cursos da universidade, não para segregá-las. Hoje, os Centros
Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos estão desarticulados no que condiz uma pauta
conjunta. Os Conselhos de Entidades de Base (CEB’s), que são as reuniões de
todos os Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos, deveriam ser realizados no
mínimo de dois em dois meses, contudo, a Correnteza não cumpriu o que consta no
Estatuto do DCE deixando de realizar nossos CEB’s.
Sem contar da relação amigável com a Reitoria: esperar de braços
cruzados o R.U, a sede do DCE e promover atos atrás de atos simplesmente para
sair nas fotografias dos jornais (sem pautar lutas concretas) e se perpetuar na
direção do DCE.
A Correnteza significa um retrocesso à frente da entidade: desrespeito
ao estatuto e, principalmente, aos interesses da categoria estudantil.
1. A UNE é correia de transmissão do governo federal, não tem independência
financeira. Respalda as políticas de privatização do governo para a Educação
Pública.
E a Chapa 2, “Para Balançar o Chão da Praça”?
A chapa
2 “Para Balançar o Chão da Praça”
representada pela Anel, de oposição coloca pautas que julgamos importantes no
Movimento Estudantil, como luta contra a privatização do SUS, 10% do PIB para a
Educação Pública já, R.U para todos. Mas não visualizamos como natural apenas
agitar bandeiras e nos empurrar propaganda da Anel/PSTU ‘goela abaixo’ que
acabam se sobrepondo as propostas e bandeiras do próprio movimento estudantil.
Tais problemáticas não devem ser colocadas como normais ou naturais nas nossas
lutas.
Exemplo do que não se
deve ser naturalizado. Em 2012, a Anel passou nas nossas salas com uma estudante de
Comunicação Social para que a mesma fosse delegada na assembleia da própria
Anel. O que nos deixou curiosos/as foi como surgiu isso? Estudantes do curso
nem sequer sabiam que assembleia era essa, nem o que era ser delegado/a... Nós
já íamos assinar um papel votando em uma delegada sem saber de nada. Nem mesmo
a própria candidata à delegada sabia o que iria fazer, pois tinha conhecido a
Anel alguns dias antes. No Movimento Estudantil temos consciência de que
tiragem de delegados/as requer discussão com a base, e não apenas passagem em
sala e pior, passagem em sala não para discutir com estudante mas para já votar
numa possível delegada!
A Anel, nas passagens em sala diz que a chapa também está sendo
construída por estudantes independentes, mas em seu panfleto vemos uma
divulgação escancarada da Anel, do que exatamente dos problemas e propostas
do movimento estudantil para a universidade: “Nós que construímos a Anel.”, “Nós da Anel”,
imagem da Anel no verso do panfleto. Até que momento é uma construção também
dos independentes?
Nós, do Diretório Acadêmico Freitas Neto (DAFN), pedimos desculpas por
só agora lançarmos essa nota. Na verdade, essas eleições que deveriam ter
acontecido de forma mais concreta e dialogando com os/as estudantes da
universidade: tempo para promover debates, exposição de propostas, passagens em
sala. Qual a situação dos outros campi? Houve debates? Você, estudante de
Comunicação participou de algum debate com as chapas? Questione-se! Hoje,
visualizamos esse processo de campanha das eleições muito deficitário. Contudo,
pedimos aos estudantes que estejam nesse processo observando as eleições, e não
naturalizando e achando normal o que está acontecendo no Movimento Estudantil.
Nós estamos aqui para qualquer dúvida. Devido ao tempo, o texto fica limitado e
pouco divulgado. Mas estamos conversando nos corredores e nas salas de aula com
todos e todas. Acreditamos que nós, estudantes de Comunicação Social, devemos
construir um projeto para o COS juntos/as aos professores e técnicos e mais
Centros Acadêmicos da Ufal, mas também entender que os problemas não se
restringem ao curso. Tais problemas são de uma amplitude que reflete desde o
modo de sociedade excludente que temos hoje até chegar à Educação Pública.
Diretório Acadêmico Freitas Neto
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