E se falarmos em produção, nosso esforço deve ser reconhecido. Não é à toa que o Encontro de Comunicação (ECO) aconteceu e promoveu ação solidária no mês de agosto, que 17 trabalhos foram aprovados na Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e que a XIII Semana dos Estudantes de Comunicação (SeCOM) foi uma das mais elogiadas pelos corpos discente e docente do curso, que o filme 12:40 construído por estudantes do COS recebe o Prêmio Cineclubista Melhor Filme para Reflexão. Mas produzir dentro do bloco de Comunicação da Universidade Federal de Alagoas é “se virar nos 30!”. E, nós estudantes, principalmente, sabemos disso!
Quem nunca teve aula no bloco 13, pois no COS não temos salas suficientes? Quem nunca saiu da aula à noite, no CTEC, assustado/a com medo de ser baleado/a? Qual estudante, do 5º período em diante, nunca se questionou o porquê de utilizarmos equipamentos da década de 80, tão ultrapassados em pleno século XXI? Qual estudante nunca sofreu com a falta de professores dos departamentos de outros cursos? Qual estudante nunca ficou indignado/a com aquele professor que não segue a ementa, que falta mais de um mês e que ainda quer ter razão prejudicando a nossa formação? Qual estudante de Relações Públicas nunca sofreu com a desvalorização gritante da sua habilitação?
Ainda assim produzimos revistas, sites, cinema dentro do curso da maneira que achamos que deve ser a nossa comunicação com a ajuda de alguns poucos professores/ras. Mas não podemos permitir que a situação continue, não podemos ficar levando uma situação que se arrasta há longas datas! Naturalizar a falta das salas, a insuficiência dos aparatos técnicos, uma rádio defasada (que estudantes tiram dinheiro do próprio bolso para reerguer). Não é natural, não é normal. E na sociedade temos o hábito de achar que tudo está na mais perfeita ordem, que todos os problemas sociais que nos cercam são normais de acontecer.
Nós do Diretório Acadêmico Freitas Neto achamos que não! “Nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.” A educação é uma das esferas, assim como a saúde, mais prejudicada da sociedade. Ela sofre ataques constantes do governo federal, exemplo mais claro é o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) aprovado com o apoio da maioria dos diretores de centros e unidades acadêmicas no ano de 2007. Sem sequer debate com a comunidade acadêmica. O que consiste o Reuni, afinal? Expansão precarizada da universidade, mais turmas e entrada crescente de estudantes para uma estrutura em decadência e, também, professores/ras sobrecarregados/as. Não nos deteremos aqui a mais detalhes do tal projeto do governo. Mas queremos dizer que estudantes foram espancados na Ufal e em demais universidades lutando contra isso! E, que incrível, o COS é reflexo do Reuni assim como mais cursos do Instituto de Ciências Humanas Comunicação e Arte (ICHCA), que aderiu ao projeto.
As consequências do Reuni e das diversas políticas privatistas do governo para a educação, atendendo aos interesses da burguesia, são claras para o nosso bloco. E o descaso da REItoria se intensifica. Já perdemos as contas de quantas reuniões tivemos com a reitoria (1, 2, 3, 4...?) e tudo nos é prometido, mas nada cumprido. Ela fala de prazos, que nem sequer é colocado no papel. Alguns professores preocupados com o curso formam comissões para acompanhar os equipamentos, a estrutura do bloco, a construção do novo bloco e só nos tratam com descaso! Profº Almir Guilhermino já cansou de tentar entrar em contato com o pró-reitor de Gestão Institucional, Valmir de Albuquerque. Seguimos todos os pré-requisitos para solicitar os equipamentos para o curso, tudo no seu devido prazo, mas o sistema é fechado para as nossas solicitações. Querem fazer estudante e professor de bestas, até quando?
Então, fazemos o convite: chegou a hora de avaliar e decidir os nossos rumos! Chamamos todos /das o/as estudantes de comunicação para o Seminário de Avaliação, que discutiremos grade curricular, estágio e situação atual do Cos, e uma assembleia geral para formular nossas reivindicações e decidir nossas ações!
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